A computação, os computadores e os sistemas de informação já não são mais, como há alguns anos, elementos de diferenciação competitiva das empresas e instituições. Nos dias de hoje, eles são considerados elementos fundamentais para a operação e sobrevivência de praticamente qualquer negócio. Com o mercado cada vez mais estruturado para oferecer soluções e profissionais que atendam a essas necessidades, a proliferação de produtos e serviços não pára de crescer. Da mesma forma, houve um aumento da demanda por profissionais para atuar na área, tanto como usuários especializados quanto como projetistas e desenvolvedores de novas soluções. Com a globalização e a possibilidade de penetração em mercados cada vez mais distantes, e também mais exigentes, essa demanda torna-se ainda maior e mais relevante, do ponto de vista estratégico.
A região do Vale do São Francisco, por outro lado, é uma região que, apesar dos desenvolvimentos e investimentos recentes, especialmente na agricultura e na pecuária, ainda está longe de atingir o limite do potencial econômico que estas atividades podem proporcionar. São muitas as possibilidades de aumento de produtividade, de redução de custos, de inserção em novos mercados e de diversificação da produção, seja ela de natureza agropecuária, industrial ou mesmo de serviços. Todas elas, no entanto, dependem geralmente de forma direta, da incorporação crescente das novas tecnologias da informação aos negócios da região.
A carência de novos centros locais de excelência em educação e pesquisa em computação é um limitante natural para que esses objetivos sejam alcançados. O convívio da região, especialmente os seus empresários e empreendedores, com um corpo acadêmico sempre interessado em conhecer as demandas locais, propor e explorar novas tecnologias, ou mesmo novos usos de tecnologias já dominadas, e também em desenvolver novos produtos e serviços, é um fator que pode ser determinante para o início de um círculo virtuoso que contribui de forma decisiva para a maior competitividade da economia local.
Esse fator é reforçado pelo fato de que, de uma forma geral, os custos para implantação de um curso superior na área da computação são considerados modestos se comparados com o de outros cursos superiores. Com os preços dos computadores, das suas partes e peças e também dos programas aplicativos em constante queda, em função dos altos volumes e das novas tecnologias de produção, o acesso à tecnologia da informação foi democratizado, tendo superado a questão da barreira financeira. Hoje em dia, a montagem e a manutenção de laboratórios de ensino e pesquisa em computação não envolve necessariamente elevadas somas, sendo portanto acessível para regiões menos favorecidas nesse aspecto.
Da mesma forma, as empresas e instituições que decidem fazer uso intensivo da tecnologia da informação nas suas atividades, não precisam, normalmente, fazer grandes investimentos em equipamentos. Por outro lado, os investimentos estão, cada vez mais, concentrados na contratação e aperfeiçoamento contínuo de mão-de-obra qualificada, necessária para tornar tais equipamentos produtivos dentro da estratégia planejada para o seu uso. E é justamente aqui que a importância de um centro local de formação de mão-de-obra especializada pode desempenhar um papel estratégico no sentido de oferecer, aos agentes econômicos locais, os elementos necessários para a correta especificação, dimensionamento, projeto, personalização, implantação e manutenção dos sistemas informatizados que são considerados necessários para competir não apenas local, mas também regional, nacional e internacionalmente.